terça-feira, setembro 01, 2009

Aguarde novas instruções

Atenção usuário parado em frente a porta, ficar na porta atrapalha o embarque e desembarque dos demais usuários, assim que possível dirija-se ao corredor.
Deixe-se levar pelo rio de pessoas que seguem a corrente empulsionada pelos egos que as cegam, e ao mesmo tempo as guiam dentro desse turbilhão inconsciente.
Ninguem sabe mais o que faz, enquanto faz algo que sugere um propósito estranho...

Mas por que o diálogo interno atormenta tanto sua interação com o fluxo de energia?
Desligá-lo é o desafio que não sabes nem que existe.

Pois, os asentos reservados são de uso preferencial...

Não pense em parar agora, pois não vai conseguir.

domingo, agosto 31, 2008

Salve Jorge!

A falta de respeito pelo próximo, a falta de cuidado de quem é pago para cuidar, a falta de humanização, me fez falta nesse dia, me faz falta... Vi quem lutava apanhar da vida e das autoridades responsáveis por ela!

O que é então a autoridade?
É o ato autoral, altruísmo às avessas?
É o exercer influência sobre outro?
É o se agigantar ao ponto de apequenar o outro diante do uso da força, física ou moral?

Hoje vi o fascismo bailar pelas ruas do centro
Hoje vi o desprezo alerta, pronto a dar o bote
Hoje vi o respeito esgueirar-se pelas calçadas.
Hoje vi Jorge lutar!

E o que há de ser o poder?
O mesmo que a autoridade?
É o decidir com a mente demente seu futuro ou o de alguém?
Ou é jogar Santa Isabel abaixo todo o garbo de sua farda?

Hoje vi o desespero cuspir em meu rosto
Hoje vi a solidão de trem pra Mogi
Hoje vi a face da dor
Ouvi Jorge falar!

E o que é a omissão?
É o mesmo que decidir o futuro alheio?
Ou é eximir-se de culpa?
Ou é abraçar essa culpa tão forte quanto a boca e a mão epilética?

Hoje vi donatários doando suas mãos vazias
Hoje vi anjos de mãos sujas
Hoje vi a banalização da vida
Pude ver Jorge no Céu!

E o que é então expandir-se, do economês, da física ou da mente?
É consumir e pecar sem culpa?
Ou é a massa x ego = interiorização da vida?
Ou é então elevar sua consciência para atravessar a Rua das Dores, sem dor?

Hoje vi minha moral trôpega nas calçadas sujas da vida
Hoje tive medo
Hoje ouvi Eu te Amo
Hoje ouvi uma voz que clamava pela luz

Salvem Jorge!!!



José Eduardo Bernardes
SP, 18/07/2008

sexta-feira, junho 06, 2008

Cíclico

És o descanso de meus olhos
o trepidar de meus lábios
e a força de minha voz

és o frio que faz tremer
o calor do grande astro
trevas e luz em meu dia

és o começo do fim
o drama e a comédia
divina inspiração

és futuro incerto
presente intenso
passado insosso

és o preço que pago
o juros do que devo ao mundo
ou o medo de sempre dever

és o repente de minhas manhãs
o tardio de minhas noites
e o silêncio de minhas tardes

és a única
a outra
a primeira

és vício
cura
fixação

segunda-feira, junho 02, 2008

Patíbulo


Lascivo,
Sumi no mundo sem você;
Indeciso,
Não sei se volto para lhe ver;
Insone,
Entrego-me ao pensamento mais escabroso;
Noctívago,
Fico nesta São Paulo, esperando um sopro libidinoso;

Lúcido,
Sei que o tempo me pertence;
Pudico,
Choro por aquele que na vida não vence;
Violento,
Me choco contra o muro,
Sonolento,
Caminho devagar procurando um rumo;

Sonhador,
Entrego um sorriso ao futuro;
Provocador,
Desafio o passado com o cigarro que não fumo;
Entregue,
Estou ao compasso do ato;
Leve,
Vivendo a sensação do acaso;

Permissivo,
Com a mão que afaga o cabelo;
Emotivo,
Com o olhar que vejo no espelho;
Pessimista,
“É, o mundo realmente vai acabar”;
Otimista,
“Eu vou estar vivo para acompanhar”;

Altruísta,
Choro com o choro incessante naquele rosto feminino;
Niilista;
Não acredito, fizeram chorar também esse menino;
Presunçoso,
Quero tudo que um dia me pertenceu;
Saudoso,
Atendo ao telefone quem um dia faleceu;

quarta-feira, maio 21, 2008

La Bruja!!!

Não consigo mais
Me ver sem ti
Lhe ver sem mim
Nos ver de longe

Crescer sem teu coração
Que aperta o meu
Sufoca meus anseios
Aliena meus sentidos

Que peso é esse
Que me empurra sempre pra ti
Que imã é esse
Que me suga ao teu seio

Não consigo mais me ver

quarta-feira, abril 23, 2008

Ode a Lua

O tempo que me arrastava cego
Em meio ao vento torto e turvo
Não me olha mais no olho
Busca agora o consolo em braços tolos

Que usam o tempo para própria glória
Glória orgulhosa, inconseqüente, impiedosa
Que não vê o pulso alheio do coração
E não vê o coração alheio

Anseios se despedem a cada suspiro
A cada passo, a cada olhar
O olhar que te segue e quando lhe acha,
Lhe perde

Doce ardor luz da lua
Cor de rosa só tua
Vê meu canto triste
Que sem teus olhos não existe.

quarta-feira, março 19, 2008

"... com a boca escancarada cheia de dentes, esperando a morte chegar"

"Somos o que fazemos, mas somos, principalmente, o que fazemos para mudar o que somos"
(Eduardo Galeano - Jornalista e escritor Uruguaio)

O primeiro dos bens, depois da saúde, é a paz interior, eu a tenho a partir do prisma de que tudo faço pelos meus sonhos.Não consigo acreditar na teoria que nos conduz ao comodismo e diz ao pé do ouvido, "você veio ao mundo para isso", "se for para ser, vai ser", ninguém vem ao mundo com uma missão pré determinada.
Tenho a ira dos deuses mitológicos gregos ao ouvir um ser a me dizer que nosso futuro está traçado, creio com todas as minhas forças que nós somos o reflexo de nossas ações, se estiver fadado a matar a minha fome com uma maçã, terei de esticar os braços e colhê-la direto da árvore.
Destino é uma farsa que invetamos para justificar nossos atos ou aceitar com facilidade as imposições que nos são feitas durante a vida. Não posso compactuar com a idéia de que uns já nascem predestinados a sofrer e outros a serem felizes, que Deus seria esse?
O livre arbítrio nos conduz para os caminhos que desejamos, o tempo vai se encarregar de mostrar o quanto estamos certos ou errados, por isso digo que tenho minha paz interior, pois nada me mim é fruto do maldito "destino" e sim dos meus atos, cada um é absolutamente responsável pelo que cativa. Cada um sabe o que cativa e principalmente, QUEM cativa.