sábado, março 01, 2008

Desiludido?

As desilusões fecundam nosso imaginário, limitando nossos passos, ao obscuro do que vem sendo de geração em geração, o curto, menos penoso e lícito jeito de viver.
Lícito, pois não é novidade que as lideranças gostam de sentir o poder borbulhando em suas mãos, não se leva em conta a individualidade criativa, nem a força coletiva, a união por ideais. Alimenta–se o conformismo, e esse alimenta as massas, que anseiam por uma dominação não identificada e carecem de receitas prontas de felicidade instantânea.
O sujar as mão hoje, é a defesa do bem próprio, o interesse pessoal – “e porque diabos deveria correr, suar e gritar, ninguém mexeu comigo” – dizem os novos baianos, os novos paulistas, os novos cariocas, os novos vencedores, vencidos, que não precisam do respeito ao outro, - a não ser que esse seja o trampolim da felicidade – é difícil respeitar o irrespeitável, é difícil aceitar o que ninguém quer aceitar.
“Prefiro não nadar contra a corrente, sigo o fluxo e tudo bem”, até o desfiladeiro, quando a queda nas rochas for inevitável, insuportável apelo de arrependimento, o grito de ajuda e socorro ecoa das cavernas mais ocultas e inabitáveis, e onde não crescia nem mesmo a grama, a rama de rosas brota imponente e vencedora.A crise não assombra enquanto não bate a porta, enquanto o calo não incomoda, o sapato aperta, o pé quer correr.

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