segunda-feira, março 03, 2008

A Erva do Diabo

Ao ler a obra prima de Castaneda, me deparo com meu real universo, seu verdadeiro valor e a força que exerce em nossos sentimentos.
Sinto-me desperto e alegre, pois ao olhar pela janela, mesmo entre cacos que sobraram deste eterno furacão que nos devasta e nos arrasta para seu cerne, muitas vezes atraente e fulgurante, vejo meu eu, sem egocentrismo e posso me dissipar na ventania e no caos.
As experiências guiadas por Dom Juan, reforçam os preceitos de que o conhecimento não possui limites, não possui dogmas pré-estabelecidos e pode ser germinado no deserto infértil dos corações lamuriados.
O medo que não nos liberta, mas nos reprime e nos afasta do caminho da verdade, é o mesmo que cria a situação propícia para o cuidado e o respeito com o conhecimento. A clareza abre novos caminhos, novas portas em novos lugares, mas tanto brilho pode ofuscar onde realmente há um coração. O poder é a sensação da vida em nossas mãos, essa força borbulhante afasta a racionalidade e a sabedoria de nosso caminho. E a velhice nos remete a realidade, nos derruba em frente à humildade e fragilidade, enquanto os vícios podem estagnar uma mente sã.
Apesar da cientificidade da escrita de A Erva do Diabo, que enquanto pesquisa antropológica é um estudo completo e intenso, há o fato de não permitir uma leitura fluída tal qual em um gênero literário. Mas seu real propósito não desaparece, que é retomar às bases do conhecer o próprio Eu e assim construir sua própria revolução.

Nenhum comentário: